sexta-feira, 30 de janeiro de 2015


A Metamorfose:
 Toda a ideia precisa ser executada por meio de uma instituição. No entanto, nossas instituições são presididas por uma lógica nefasta. As multinacionais apenas querem lucro e as burocracias estatais estão mergulhadas no lamaçal da corrupção. Reverter essa lógica nefasta significa mudar os objetivos da administração burocrática dessas instituições. Arlindo Carvalho Rosa, no artigo “Accountability na Administração Pública: Modelos Teóricos e Abordagens”, aponta que accountability é a prestação de contas dos órgãos públicos com instâncias superiores ou com a população. Accountability social significa a pressão política exercida pela sociedade e a institucional implica na mútua fiscalização entre os poderes políticos. No modelo de administração pública tradicional, há o pressuposto de a vigilância da sociedade acontece apenas em relação aos eleitos, enquanto os administradores devem seguir impessoalmente as ordens de instância superiores, somente. Limita-se a ficar restrito à configuração formal da administração pública. Porém, há uma falta de accountability institucional, faltam formas de avaliar a execução de políticas públicas. Por outro lado, no modelo de nova gestão pública, emula-se a iniciativa privada, trata-se o cidadão como consumidor, atende-se as preferências dele e dá-se ênfase na privatização. É permitido que o administrador fixe metas com autonomia. Mas, o fato da competência do administrador ser discricionária pode implicar em desvios de poder. Além do mais, como se trata de um modelo mais flexível, como avaliar os resultados obtidos? No modelo de novo serviço público, busca-se o interesse público. O problema surge quando se consta que não são definidos mecanismos pelos quais os agentes públicos são responsabilizados pela sociedade. Busca-se, no livro “Modelo de Excelência em Gestão Pública”, o fundamento para dar resolutividade para essas soluções. O princípio da legalidade, os objetivos da República, o princípio da centralidade dos direitos individuais e sociais, princípio da descentralização federativa e princípio da participação social na governança das instituições ofereceram a teoria para tanto. A gestão pública de excelência reproduz o ciclo PDCA (P: plane; D: do; C:check;P: plane; D: do; C:check; A:action), um modelo baseado num ciclo de melhorias contínuas que abarcam as dimensões da gestão pública, a saber: governança, público-alvo, planos, interesse público, pessoas, processos, informação e resultados. No escopo da gestão, o bloco do planejamento (governança, estratégia, planos, sociedade, interesse público e cidadania) dá a direcionalidade para o processo. Há, também, o bloco da execução, constituído pelas dimensões de pessoas e processos. Ambos os blocos representam o centro prático da ação organizacional e movem toda a ação. A qualidade do sistema de gestão é julgada conforme os resultados. Por último, o quarto bloco, de informação e conhecimento, possibilita a oportunidade de melhorar o desempenho. Essa forma de administrar a coisa pública tendo como base o desejo de obedecer às melhorias contínuas associada a noção de que as ações do administrador e do político devem ser monitorados constantemente pela sociedade e instâncias superiores tendem a melhorar sensivelmente a falta de accountability nos modelos de gestão pública.
  

Um comentário:

  1. Que texto lindo..gostei!!!

    Dani Ramos
    www.donaengenhosa.com.br

    ResponderExcluir