domingo, 18 de janeiro de 2015

Resenha do livro “Modelo Catarinense de Desenvolvimento – Uma ideia em mutação?” – parte 1:



                O livro, de autoria de Cristiano Luis Lenzi, da EDIFURB, relata que a crise ecológica não foi somente ocasionada pelo crescimento populacional em países pobres, o que acabou ocasionando a proliferação da miséria e da degradação dos ecossistemas, mas, também, pelo consumo excessivo dos recursos planetários por parte dos países industrializados. Assim, em parte específica do livro, foi relatado que, para superar o atraso da América Latina, é necessário passar da estrutura econômica agrícola para uma estrutura industrial. Isso, na doutrina do Nacional-desenvolvimentismo, que via no Estado empreendedor e no empresariado, os agentes econômicos responsáveis por essa transformação. O que barrava esse avanço são os limites endógenos do Estado-Nação. Por sua vez, na doutrina da Escola da Dependência, o atraso da América Latina era ocasionado por limites exógenos do Estado-Nação, porque o centro e a periferia do mundo capitalista se mantinham em relações de dependência e exploração. Um autor citado na fundamentação teórica, Ceag, relata que o processo de subsatelização, em 1850, levou Santa Catarina a se tornar um exportador de recursos para grandes centros urbanos, numa economia cafeeira. Já Cano via que São Paulo, o principal centro econômico, era auto-suficiente em produção agropecuária e Santa Catarina, por esse motivo, exportava para o Nordeste e Guanabara, até 1920. Graças à dinâmica econômica provocada pelas importações e exportações, Santa Catarina se tornou uma economia dependente, cidade de porte médio, especializada em ramos diferentes.  Hering, ao contrário, via nos fatores endógenos, o motivo da industrialização, ou seja, o crescimento industrial se deve à ação do empresariado empreendedor. Muitos autores querem acreditar em um modelo de desenvolvimento catarinense, o que não é possível, porque um modelo de desenvolvimento só se torna legítimo quando passível de reproduzi-lo em outras localidades, sem impactos adversos. No caso catarinense, por exemplo, o índice de Gini, o dado que quantifica a desigualdade socioeconômica, esteve próximo de 1, era 0,57, em 1986, o que caracterizava a região como muito desigual. Diante dessas circunstâncias, o que fazer?


Lenzi, Cristiano Luis. O “modelo catarinense” de desenvolvimento: uma idéia em mutação? Blumenau: Ed. da FURB, 2000.

Um comentário:

  1. Oiii, nunca li esse livro mas parece ser bom, adorooooo livros, estou inclusive escrevendo um. Aqui tem bastante informações... Boa sorte com o blog, beijos

    www.diariodamamae.com

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