sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Que significa diversão? - parte 2



Falaremos, agora, sobre as condições que propiciam a auto-realização. Ser capaz de aprender a falar inglês é uma condição para saber como falar inglês e isso, por sua vez, é uma condição para falar inglês. O efetivo exercício da ação de falar inglês consiste na auto-realização. Apreciar um vinho ou escrever uma poesia são atividades que implicam em consumo. Tornar-se provador de vinhos ou realizar correções de poesias são veículos para a auto-realização. Nisso consiste a auto-externalização. Enquanto os prazeres do consumo têm de se desgastar com o tempo, os atrativos da auto-realização aumentam com o tempo à medida que o custo inicial declina e a recompensa pelo sucesso aumenta. A busca por auto-atividade, por ser desafiadora, pode ser penosa, ao menos, no início. Escrever um artigo pode ser difícil, mas, com o tempo, torna-se recompensador. Por isso, para uma criança, aprender a tocar piano pode ser desinteressante. Posterga-se, a partir daí, a recompensa advinda de atividades criativas. Tudo é um questão de educar a sensibilidade. No entanto, ainda assim, a atividade oferece maior satisfação do que o mero consumo das coisas. A ação de alguém, a externalização do “eu” interior da pessoa precisar passar por critérios avaliativos para reforçar a estima do sujeito. Tomemos um exemplo: um trabalho desinteressante pode ser uma forma de auto-externalização que desperta estima e, portanto, auto-estima. Agora, o trabalho pode significar uma atividade penosa, porém, gratificante, um veículo para a auto-realização. Trabalho é toda atividade cujo objetivo é criar valores de uso ou bens intermediários para a produção de valores de uso. 

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