quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Que significa diversão? Parte 1


Num artigo chamado “auto-realização no trabalho e na política: a concepção marxista de boa vida”, escrito por Jon Elster, é descrito sobre como a sociedade pode possibilitar o indivíduo a realizar atividades gratificantes, ao invés de estimulá-lo a consumir. O marxismo possibilita compreender um conceito de auto-realização que difere do que prega o credo liberal. As atividades que propiciam a auto-realização são feitas com o objetivo de conseguir algo. A satisfação segue-se ao sucesso. O trabalho desinteressante produz um valor, mas, é inerentemente insatisfatório. Atividades satisfatórias têm as seguintes características: têm um objetivo externo a elas e podem ser desempenhadas mais ou menos bem – ou seja, o objetivo pode ser alcançado em maior ou menor grau de dificuldade. Necessita ter a complexidade adequada, nem que cause tédio e nem que cause frustração. O desafio precisa ser enfrentado. A auto-realização pode não ser o objetivo maior da atividade, afinal, o que é verdadeiramente estimulante é o desafio de fazer bem feito.
A tradição marxista ensina que a auto-realização é a externalização das capacidades do indivíduo. O desenvolvimento de habilidades gerais que podem ser aplicadas a diferentes meios podem proporcionar contentamento e é o ideal para a nossa sociedade em constante transformação. Muitas possibilidades de usufruto de uma atividade gratificante podem ser aproveitadas pelo indivíduo, num regime de liberdade total. Cria-se variedade de oportunidades de auto-realização para ajustar os desejos às oportunidades. Essas atividades não devem necessitar de muitos recursos materiais e serem criadoras dos mesmos. A auto-realização é decomposta em auto-atualização e auto-externalização. A auto-atualização consiste em desenvolver e executar uma ação. 


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