Poderá o trabalho das indústrias oferecer prazer e contentamento? Isso é o foco dessa nossa postagem de hoje. Marx
cita habitualmente a arte e a ciência como paradigmas de auto-realização, o que
não ajuda muito. O trabalho, a
remuneração, a promoção, o reconhecimento verbal e as condições de trabalho
podem ser apontados como as principais causas da satisfação no trabalho. Os
atributos que transformam o trabalho em gratificação são: a oportunidade que tem a pessoa de
utilizar suas habilidades e capacidades; a oportunidade de aprender;
criatividade; dificuldade; quantidade de trabalho; responsabilidade; pressão
não-arbitrária pela melhoria do desempenho;
controle dos métodos de trabalho e do ritmo de trabalho (autonomia); o
enriquecimento da função (que envolve responsabilidade e controle crescentes);
e complexidade.
Sentir satisfação no trabalho consiste no crescimento enquanto ser
humano, aumentar o mérito e a competência. A
monotonia pode ser aliviada mediante o aumento da variedade das atividades, bem como a rotação de
funções em grupos semi-autônomos. Adequar um funcionário muito qualificado à
função adequada, ao invés de colocá-lo num cargo cujas tarefas são mais
simples, também, é uma forma de valorizar o trabalho. Política educacional que identifica
aptidões e a possibilidade da sociedade demandar, ao menos, uma capacidade
susceptível de ser desenvolvida. Poder optar por uma atividade atraente e
receber um feed-back de outras pessoas como clientes e
companheiros são poderosos incentivos para conseguir realização. No entanto, como a inovação técnica
não pode ser conjugada com qualidade da produção artesanal, a saída para
aproveitar corretamente o potencial criativo é desenvolver capacidades
adaptáveis dirigidas para uma variedade de tarefas concretas. Mesmo a política
pode ser uma forma de auto-realização quando se decide em nível local, numa
democracia econômica e no âmbito das organizações. Marx dizia que a auto-realização é
integrada à comunidade quando envolve a produção para outros. Realização,
assim, acontece no coletivo de trabalho, e não na comunidade de
produtores-consumidores. A divisão de trabalho simplificou as tarefas,
tornando-as repetitivas e monótonas.
Para atingir
a satisfação nesses termos, considermos as seguintes preposições: avanço na
democracia econômica requer um compromisso entre os valores da auto-realização
participatória e a eficiência. Deve
ser alcançado um compromisso entre auto-realização no trabalho e a eficiência,
bem como, de modo geral, um compromisso deve ser alcançado entre dois valores
quaisquer a promover. Portanto, a democracia direta é trabalhosa, mas,
gratificante, contanto que a exigência de eficiência seja respeitada. Trabalhadores, numa democracia
econômica, podem discutir racionalmente e prestar informações aos gerentes. Os gerentes podem alcançar a
auto-realização individualmente, desenvolvendo e ampliando suas capacidades
administrativas. A auto-realização dos trabalhadores, tal como a dos músicos
numa orquestra, seria genuinamente conjunta.
Elster, Jon; Auto-realização no trabalho e na política: a concepção
marxista da boa vida.1992.
Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-64451992000100004&script=sci_arttext> Acesso: 18 de dezembro de 2014.
Olá !
ResponderExcluirComo vai ? !
Bom eu já trabalho , e eu gosto ! Então pra mim o que eu faço já é uma diversão !
Beijooos
eduardaarosaa.blogspot.com