Nelson Casarotto Filho e Luis
Henrique Pires, no artigo “Competitividade global para as pequenas empresas e
desenvolvimento local” mencionam, na época onde o artigo foi escrito, 2001, o
Brasil estava oscilando entre o 40° e 50° lugar no Ranking da Competitividade
Global do Fórum Econômico Global. Para aumentar as exportações e absorver mão
de obra, aponta-se a importância da pequena e média empresa. Aqui, no Brasil,
porém, as empresas são extremamente verticalizadas de modo interno, sem a
necessária representatividade e sem a existência de acordos econômicos (com
fornecedores, clientes e concorrentes). Na Itália, por exemplo, a
competitividade das empresas reside no “ambiente competitivo”. Há grupos de
pequenas empresas, sejam elas complementares ou concorrentes, às vezes com
relações estratégicas com empresas maiores, mas, nunca isoladas. Utilizam
fatores competitivos como imagem, economia de escala, escopo, assistência
técnica globalizada, contam com administrações locais, instrumentos
associativos, cooperativas, centros de pesquisa, consórcios tecnológicos e/ou
comerciais, observatórios e econômicos. “Consórcios”, “cooperativas”,
“alianças”, “redes de empresa flexíveis” e “villaggio
produttivo” são termos que obrigatoriamente passarão a fazer parte do
vocabulário da empresa competitiva. Como é improvável que a pequena empresa
possa dominar todas as etapas da cadeia produtiva, surgem as cooperações para
compartilhar das funções iniciais e finas do processo. São as funções iniciais
(design, aquisições) e finais
(exportações, marca e marketing) são compartilhadas entre os associados, num
consórcio, fazendo com que as funções citadas agreguem maior valor ao produto.
Consórcios horizontalizados são
empresas que fabricam o mesmo tipo de produto, enquanto que nos verticalizados,
a produção dos componentes está distribuída entre os consorciados em cadeia e a
montagem final pode estar com empresas consorciadas ou alguma específica que
assume a marca do consórcio. O ideal é que o consórcio esteja integrado num
Sistema Econômico Local, com vários instrumentos de integração econômica. A
competição não é mais entre empresas, mas, entre sistemas produtivos locais. Foca-se o desenvolvimento da região. O
distrito deve ser multissetorial, possuir a personalidade do produto final da
região (exemplo: móveis), produzir, também, equipamentos para móveis, produtos
químicos para móveis, equipamentos correlatos, tecnologia e design em móveis, turismo vocacionado
para móveis, parques temáticos voltados para florestas, etc. Afinal de contas,
pouco adianta ter uma empresa competitiva numa área ou região caracterizada
pelo desemprego e baixa renda per capita.
As pequenas empresas são de grande importância, mas dependem de muitos fatores para sobreviverem no mercado competitivo.
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