sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Anatomia de um sonho:



Nesse texto, teço algumas recomendações para orientar o exercício de reflexão de quem acabou de ler os capítulos da saga “Onírico” postados no blog. A institucionalização de um serviço implica na criação de um monopólio, o que acaba gerando escassez. Uma política social criada para aliviar a miséria pode sofrer influências negativas da excessiva burocratização e ineficiência estatal, por exemplo. Tecnocratas analisam uma determinada população, atribuindo-lhe critérios para quantificar a pobreza. Daí, cria-se demanda institucionalizada por saúde, habitação, saneamento, escola e cultura. Conforme já citado, cada instituição possui um limite. Ultrapassado esse limite, as pessoas ficam incapazes de atender suas próprias demandas, viram joguetes nas mãos dos tecnocratas. A autonomia e o poder pessoal são mutilados de forma irreversível. Clubes de leitura fomentam muito melhor o interesse pela cultura do que um currículo escolar feito sob encomenda para mobilizar o interesse do alunado em relação à literatura. Deixe de cada um faça o que quiser por meio do livre compartilhamento de serviços, produtos e conhecimentos. A busca por um cada vez maior consumo de bens materiais deve ser substituído pela autoprodução, valores de uso, economia adequada à escala humana e a descentralização. O produção de cultura, seja ela música, brincadeiras, jogos ou artes e a filosofia podem se tornar o norte da nossa civilização, como acontecia na Grécia Antiga. A aprendizagem duraria toda a vida. A redução da jornada de trabalho e a criação de instituições que possibilitam o livre intercâmbio de serviços feitos pela própria população num regime de autogestão são condições necessárias para substituir a busca pelo avanço técnico pela liberdade de criar por conta própria, característica da pós-modernidade. Isso só se consegue com uma inversão institucional. Por muitas vezes, tentei fugir da ordem orquestrada pela imaginação institucionalizada. Aprender, pesquisar e escrever livros por conta própria, ter iniciativa ao invés de esperar por serviços e produtos vindos de alguma outra instância. Consegui relativo sucesso quando consegui amadurecer minhas competências não-cognitivas como a livre iniciativa, liberdade, persistência e criatividade. E é isso que falta para as escolas do nosso Brasil.


Um comentário: