Na postagem anterior, vimos
como o trabalho pode ser pedagógico, como a prática pode acrescentar
conhecimentos úteis ao trabalhador. O trabalho se torna práxis, a teoria posta
em prática. Isso só se consegue quando o trabalho deixa de ser atividade
assalariada para se tornar atividade vital, quando o proletariado assume os
meios de produção, num regime de economia solidária e cooperativismo. No
entanto, o tempo de execução desse trabalho, por mais que seja agradável de ser
feito, ainda assim, precisa ser reduzido. Trabalhamos para viver e toda a
atividade heterônoma, isto é, que é obrigatória de ser feita, acaba sendo desagradável.
Precisamos reduzir a esfera da heteronomia e ampliar a autonomia. O trabalho
heterodeterminado será organizado sob o imperativo da economia solidária e do
cooperativismo, com sua duração reduzida, enquanto se amplia a esfera do
trabalho autodeterminada, a criação de valores de uso, atividades artísticas,
estéticas, jogos, diversão ou a produção de objetos destinados à subsistência.
A redução do tempo de trabalho socialmente necessário levará a criação de mais
postos de trabalho socialmente necessário organizados sob os princípios da
autogestão. Já a atividade que visa a autoreprodução é um trabalho que escapa
da racionalidade do mercado, mesmo o social, é caracterizado pela
auto-suficiência, o direito de cada comunidade produzir uma parcela do que vai
consumir. A despersonalização, a padronização e a divisão do trabalho propiciam
a redução do tempo de trabalho. O trabalho, mesmo sob controle operário, deve
perder a centralidade na vida das pessoas. A atividade autônoma preencherá a
vida dos trabalhadores de sentido, multiplicará ricas individualidades. Encerramos a postagem por hoje e falaremos
mais sobre o que fazer nas horas vagas.
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